Emergência na praia: o que fazer em caso de encalhe de golfinhos

Imagine a cena: você está caminhando pela praia e, de longe, avista pequenas elevações na areia. Ao se aproximar, percebe que se trata de um grupo de golfinhos encalhados. O que fazer nessa situação? 

Na última semana, um grupo de 156 falsas-orcas (Pseudorca crassidens), animais da família dos golfinhos, encalhou em uma praia na Tasmânia, na Austrália. Apesar da tentativa das equipes, o resgate não foi possível por conta das condições do mar, que acabavam por empurrar os animais de volta para a área.

Foto: Marine Conservation Program/Reprodução.

Por isso, caso seja você ao avistar essa cena, fique atento ao que fazer. Mesmo que a primeira reação seja de desespero, manter a calma é essencial para ajudar os animais da maneira correta.

Por que os golfinhos encalham?

O principal ponto é entender que o encalhe de golfinhos é um fenômeno complexo que pode ocorrer por diversas razões, tanto naturais quanto resultantes da atividade humana. Entre as causas naturais, destacam-se erros de navegação, onde os golfinhos, ao utilizarem a ecolocalização para se orientar, podem se desorientar, levando-os a encalhar.. 

Fatores sociais também desempenham um papel importante nestes acontecimentos; especialmente em espécies altamente sociais que tendem a seguir um líder, e se este se desorienta ou adoece, todo o grupo pode acabar encalhando junto. A fuga de predadores ou a perseguição de presas pode levar os golfinhos a se aproximarem perigosamente da costa, resultando em encalhes acidentais. No que diz respeito às influências humanas, a poluição sonora causada por atividades como o uso de sonares pode desorientar os golfinhos, levando-os, novamente, a encalhar.

Foto: Karen Bof

O que você NÃO deve fazer?

Antes de agir, é importante saber o que não fazer, mesmo que sejam atitudes bem-intencionadas, essas podem prejudicar ainda mais os animais:

• Não tente puxar ou empurrar o golfinho de volta para o mar. Ele pode estar debilitado e precisar de atendimento veterinário.

• Não jogue água diretamente no topo da cabeça (respiradouro) do animal. A respiração dos golfinhos é feita por este orifício o que pode causar sufocamento.

• Não tente alimentar ou oferecer líquidos. Golfinhos se alimentam exclusivamente de pequenos animais, como peixes, moluscos e crustáceos; oferecer alimentos inadequados pode causar danos graves.

• Não toque nos animais sem orientação. Além do risco de transmissão de doenças, o estresse pode ser fatal para eles.

Como agir corretamente?

Agora que você já sabe o que evitar, siga este passo a passo para ajudar de forma segura e eficiente:

1. Ligue para as autoridades ambientais imediatamente. Nas praias do Espírito Santo, o resgate é feito pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Petrobras e o telefone para acionamento é 0800-991-4800. Informe a localização e a quantidade de animais encalhados.

   
   

2. Mantenha os golfinhos úmidos e protegidos do sol. Se possível, cubra-os com toalhas ou panos molhados, evitando a região do respiradouro.

   
   

3. Cave um pequeno buraco ao redor das nadadeiras peitorais. Isso ajuda a reduzir a pressão sobre os órgãos internos enquanto aguardam o resgate.

   
   

4. Evite aglomerações. Muitas pessoas ao redor podem estressar ainda mais os golfinhos.

   
   

5. Siga as orientações dos especialistas. Quando a equipe de resgate chegar, siga as instruções para auxiliar no salvamento de forma segura

   
   

Cada minuto conta!

Os golfinhos são animais extremamente sensíveis, e cada minuto fora da água pode ser crucial para sua sobrevivência. Ao agir corretamente, você não só aumenta as chances de um resgate bem-sucedido, como também contribui para a preservação desses incríveis mamíferos marinhos.

Se você já presenciou um encalhe ou conhece alguém que passou por essa situação, compartilhe esta matéria. A informação correta pode salvar as vidas dos golfinhos.

Serviço:

Se um animal marinho for encontrado encalhado vivo ou morto nas praias do Espírito Santo, ligue para:

0800 991 4800 (Projeto de Monitoramento de Praias)

Autor: Ygor Brito

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